19 junho 2009

Jornalismo. Uma história que não tem fim.

Dia 17 de junho.

Estava tensa, mas a minha rotina não me deixou ficar acordada saber a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O café da manhã da última quinta-feira (18) foi indigesto. No jornal impresso e na Tv a notícia que o STF revogou por oito votos a um, a exigência do diploma, deixou sem palavras uma tagarela mor.

Há dois dias eu só falo nisso, com todo mundo que encontro.

Não me conformo.

Em linhas gerias e sem querer generalizar muito, as pessoas devem achar que é glamouroso ser jornalista. Só pode ser por isso que se buscou e “conseguiram” extinguir o diploma.

Por que alguém sem a devida formação quer se meter uma área tão delicada.

O glamour do jornalismo é para poucos. Poucos mesmo.

Jornalismo sério se faz nos bastidores, fora da luz principal dos palcos do cotidiano. Tem apuração, transpiração, muitas entrevistas, busca no arquivo, horas na internet, decupagem, chá de cadeira, construção do texto, improviso, organização das ideias, aprendizado, em alguns casos, veto da direção e morte.

É uma profissão VALOROSA e não glamourosa.

O encanto dela está em fazer alguém entender sobre um tema, discutir sobre o que se ouviu no noticiário ou apenas perguntar “por quê”.
Isso faz nosso trabalho valer à pena.

Precisamos ouriçar a sociedade e motivá-los a rever alguns conceitos.

Com esse cenário, só me preocupo com as abertura de novas vagas, com a manutenção dos postos de trabalho, com as negociações salariais, como o aproveitamento dos recém formados, com a durabilidade do piso salarial, com a história da minha profissão.

Preocupação que é um motivador para não desistir.

Sou jornalista e não desisto nunca.

Estou atenta e a categoria também.

Atenção e atitude.

Continuo em defesa pelo diploma em jornalismo; pela formação em jornalismo; pela educação pública, gratuita e de qualidade; pela ética, pela democracia, pela liberdade de imprensa, pelo apoio na formação e informação de uma nação, pela coletividade; pelo respeito aos profissionais, focas, docentes, discentes que se projetam nessa profissão; pelo diálogo aberto e justo com o empregador; pela oportunidade de estágio, emprego e promoção dentro da nossa área de atuação. Estou em defesa da moralização do judiciário, para que leis como esta não sejam revogadas.

Defendo tudo isso por mim.

Defendo por você, que lê, ouve, vê, vasculha na internet.

Isso não é o fim, apenas um novo começo.

Para que não deixemos de exercitar aquilo que deve ser inerente ao profissional de comunicação, principalmente do jornalista: a busca pela verdade.

Não me diplomei à toa, estou convicta disso.

Sociedade: contamos com vocês nesse momento.

Esse é meu protesto!

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2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Thiara,

Eu fiquei pasma com a derrubada do diploma e concordo com seu pensamento. Perdemos uma batalha, mas a luta continua.

Marigleide Moura
jornalista por vocação e formação

9:59 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Thiara,

Também fiquei muito decepcionado com a derrubada do diploma. Essa foi uma atitude totalmente tendenciosa, que não atendeu aos anseios da sociedade, a qual exige o diploma. Até agora, das pessoas que conheço, não encontrei uma sequer - jornalista ou não - que seja a favor dessa decisão ridícula do STF. O diploma passou a existir justamente porque foi uma exigência da sociedade. Ela precisa de profissionais qualificados, que passaram pelo menos quatro anos na universidade fazendo ensaios, testes, tendo tempo para treinar e para errar, tendo responsabilidade em cumprir horários e adquirindo a formação técnica e humanística.
A você e a todos os nossos colegas jornalistas formados, a minha solidariedade.

Diego Barros, jornalista com diploma

3:51 PM  

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