02 abril 2007

A maior das pérolas - Publicado no Blog do Jornalista Edu Vasques

Fonte: Blog Pérolas das Assessorias de Imprensa

http://72.14.209.104/search?q=cache:Fwc-1-RA9J0J:perolasais.blogspot.com/2006/03/maior-das-prolas.html+%22publicidade%22+%22dia+do+jornalismo%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=88&gl=br

"Sinceramente, quando soube por vários colegas - inclusive por um que trabalha comigo - fiquei impressionado. Dessa vez vou ter de abrir o nome da empresa e a assessoria de imprensa dela fica fácil de descobrir, não tive escolha. Vejam a história contada pelo Marco Aurélio, que é o editor dos sites aqui onde trabalho. Como não fui testemunha, coloco aqui a história contada por quem presenciou esse absurdo:

Discriminação

Nos velhos tempos de minha juventude, costumavam dizer que o Brasil era um país tão desigual que poderia ser considerado como a junção de dois países diferentes: a Bélgica e a Índia, formando a tal Belgíndia que fez a delícia dos cientistas sociais por anos. O tempo passou, e acho que hoje lá na Índia os sociólogos dizem que seu país é um Belsil ou algo assim.

O negócio é que a desigualdade ocorre em todos os setores da vida nacional. No jornalismo de tecnologia, por exemplo, existem veículos grandes e chiques, veículos médios e legaizinhos, e veículos pequeninos e humildezinhos.

É normal que as assessorias de imprensa convidem para uma determinada coletiva apenas representantes dos grandes. A visita dos fundadores do Google foi assim: os chiques falaram com os caras, e nós ficamos sabendo depois. É triste, mas é parte da realidade desigual em que vivemos. O que se vai fazer? Vamos tocando a vida e tentando vez por outra passar por cima dos grandes, como quando nós aqui furamos todo mundo com as informações financeiras do Google. Momentos raros de regozijo, mas muito bem aproveitados.

Eu ainda não tinha visto, porém, nada parecido com o que aconteceu hoje numa coletiva da Intel. Jornalistas de todo canto do Brasil estavam presentes para entrevistar o CEO da empresa e mais alguns executivos daqui de baixo. Ao término da coletiva, eu e mais dois colegas fomos tomar um café e falar bobagem. Quando saímos, encontramos alguns companheiros do alto clero (entendidos como Valor, Computerworld, etc)reunidos na calçada. Falavam de um tal almoço, perguntaram se íamos também.

— Almoço? Que almoço?

Mostraram-nos seu convite para a coletiva. Era diferente do nosso: trazia no último parágrafo a informação sobre um almoço com os executivos numa churrascaria de alto nível ali na zona Sul. Nosso convite não mencionava almoço algum.

Pois muito bem: não faço questão de ser convidado para todas as coletivas, nem de almoçar às custas das empresas. O que aconteceu, porém, é um pouco mais sério. Os jornalistas grandões (que estavam inocentes na história toda) foram almoçar com os executivos, conversaram com eles mais de perto, podem ter conseguido alguma informação exclusiva, ou no mínimo mais aprofundada.

Quanto a nós, do baixo clero, ficamos apenas com as informações divulgadas durante a coletiva e nos releases de imprensa. Com esse tipo de tratamento, a Intel espera mesmo que divulguemos suas novidades? O WiMAX é muito legal, as novas tecnologias móveis idem. No entanto, se era para dar informação privilegiada a apenas um punhado de jornalistas, porque não convidaram só a estes? Todos nós, os outros, temos mais o que fazer nas redações.

Eu sei que esse assunto tem nada a ver com este blog; é mais a praia do Edu, no Pérolas das Assessorias de Imprensa. Acontece, porém, que isso não foi uma pérola. Cagada seria o termo mais adequado.

Pronto.

De volta à nossa programação normal. Coleguinhas jornalistas, comentem. Leitores que têm nada a ver com isso, desculpem-me."

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Oi, Dri!

Gostei muito de sua crônica,aliás
gosto da forma como você escreve e se expressa.

Tenho certeza que depois do mestrado o que virá será um livro
escrito por você.

Desejo o melhor pra ti.
bjs

Dione

9:32 PM  

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