Amélia é que era mulher de verdade.... ô se era.
Por Adriana Thiara
Há épocas na vida de uma mulher em que ela se encontra num beco sem saída. Ela tem que escolher: ficar com fome ou batalhar o próprio alimento. E hoje eu me vi numa destas encruzilhadas, cruzadíssimas, que deixam qualquer uma de nós, numa tremenda saia justa.
Quinta-feira, 24 de maio de 2007, por volta das 15h30.
Entrei na sala do Jurídico da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Maceió, que minha vizinha de frente.
Narrarei o fato da seguinte maneira: falas dos meus colegas de trabalho Alan Brandão e Paula Marcelino, intercaladas com relatos das minhas atitudes extremamente inteligentes. Vale a pena conferir, não por mim, mas por vocês.
- Oi Thiara?
Entrei para saber se tinha café.
- Só se você fizer.
Pensei... “Que coisa fácil”
- Mas você vai ter que lavar a cafeteira.
Peguei as explicações básica, do tipo, joga a borra, lava a jarra... fui à cozinha. Chegando lá... Não tinha água! Fiz um arranjado de passar uma aguinha do bebedouro na jarra, joguei a borra no lixo e a água suja e colorida derramei no coador. Pronto. Estava limpo. Voltei para sala.
- Thiara, cadê a água?
Que água?! Era para lavar a jarra e o coador.
- Sem água você não vai fazer o café.
Eita. É mesmo! Voltei na cozinha e coloquei água na jarra.
- Água gelada!!!!
Qual o problema?! A cafeteira não vai esquentar?
Não vou descrever a cara que eles fizeram. Coloquei a jarra no lugar dela.
- Thiara, assim não vai sair café.
Como não? Eu lavei a jarra, coloquei pó no coador e jarra no lugar certo! Certo uma ova. O lugar certo era um compartimento lá que nem sei o nome. Meu caro colega Alan fez a gentileza de derramar a água neste lugar.
- Agora é só encaixar o coador na jarra.
Eu encaixei, levemente.
- Mas não precisa quebrar a cafeteira.
Encaixes certo + água na cafeteira + pó no coador = café.
Errado. Alguém ligou a cafeteira? Eu esqueci... Mas Alla e Paula refrescaram minha memória. Saí da sala com a sensação de que meu café ia sair horrível.
Passaram uns 20 minutos...
Lembrei do café e voltei no Jurídico. Perguntei se o café tava pronto.
- Deve está frio!
Ai que sensação maravilhosa... meu cafezinho, feito por mim. Huuuummm... Delícia.
Coloquei açúcar no copinho e voltei para perto cafeteira. Puxei o coador, coloquei um guardanapo em baixo para não melar a mesa (recomendação da Paula) e pegue a jarra com gosto. Pena que ela estava grudada na cafeteira.
- Eita, grudou. É só puxar.
Puxei, levemente.
Derramei café na mesa toda. E quanto mais eu tentava não jogar a jarra para um lado e para o outro, mais café cai na sala. Respirei fundo. Fiz a jarra repousar em outra mesa.
Limpei tudo com guardanapos, coloquei café no copinho e, quando eu ia saindo da sala...
- A gente quer tomar café quente.
Percebi que tinha abandonado a pobre jarrinha numa mesa. Resgatei a jarra e desliguei a cafeteira.
- Nãaaaaaoooooo.
Não pode desligar a cafeteira senão o café fica frio. É muita informação para uma aula só.
- Thiara, minha filha, se com uma cafeteira foi assim...
Apagaria da minha memória este episódio fatídico, como diria Ariano Suassuna, mas, ainda assim, me reportaria à Amélia, de Ataulpho Alves e Mário Lago, para umas aulas de como se virar nos 30 com uma cafeteira elétrica de 30cm.
Aquilo sim é que era mulher.
Marcadores: Crônica
1 Comentários:
Fia...
inteligente e 'boasuda' como vc... pra que ser Amélia??? ;)
Beijocas... mas eu gosto é de homem viu?! (caso seus leitores tenham dúvida!)
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