29 junho 2009

Argentina reconhece patrocinador da Seleção

Marcadores:

Patrocinador oficial da seleção brasileira de futebol

Tudo teria passado despercebido se não fossem os insistentes cortes de imagem feitos pelas câmeras da nossa querida Emissora A.



Quando os três minutos de acréscimo findaram, os jogadores, comissão técnica e afins invadiram o Estádio Ellis Park, em Johanesburgo, África do Sul, para comemorar o bicampeonato do Brasil na Copa das Confederações, torneio oficial promovida pela FIFA.



Foto: AP Photos/Paul Thomas


Na virada contra a equipe dos Estados Unidos, em 3 a 2, o Brasil, além de demonstrar que é uma equipe competente, mostrou que tem muito jogadores com dons especiais.


O capitão Lúcio, dono do gol da virada e da vitória, com os olhos cheios de lágrimas olhou para o céu e agradeceu ao Pai.




Foto: AP Photos/Paul Thomas


Um comentarista da Emissora A, sem perceber, disse que o zagueiro presenteou o seu pai com o gol do título, mas para surpresa do mesmo comentarista, a reverência era para outro Pai. Corte brusco e fim do comentário.


Como eu havia mencionado, tudo teria passado despercebido se não fosse o tal corte. A política dessa emissora não permite exposição do patrocinador do Lúcio.


Apito final. Euforia. Corre-corre. Jogadores em campo. Camisas amarelas no chão. Entram em cena atletas camisas brancas.


Alguém pode lembrar...


Escalados: Kaká, Lúcio, André Santos e Daniel Alves, que entrou em campo contra a África do Sul para fazer o gol da classificação. Além destes, Robinho, Gilberto Silva e outros jogadores vestiram mas depois tiraram a camisa do patrocinador.


Porém o que me deixou mais chocada foi a “feiura” visual e o corte de áudio da entrevista do Lúcio. Era uma vez o padrão dessa emissora.


Câmera de longe, cena mal enquadrada, Lucio sai de cena.


Mudei de canal... achei que estava sendo radical em minha crítica.


Não. Não estava.


Canal B, por exemplo, não se importou em focar, entrevistar e parabenizar aos campeões camisas amarelas e brancas.


Afe!


Quase não acreditei que a emissora A exibiu a oração coletiva do Pai Nosso.


Fazer o milagre pode, só não pode dizer quem o fez.


Mas como a minha crítica é profissional, vi como profissional a atitude de todos os atletas na hora da premiação. Eles estavam devidamente uniformizados.


Mas ainda assim, na hora H, Lúcio com a taça na mão deixou escapar:



É nossa! Gloria a Deus!


Foto: AP Photos/Paul Thomas



No final das contas, a corrida para abafar o patrocinador não deu muito certo, e quem perdeu foi a emissora A, que deixou a cobertura maltrada e concluiu a transmissão com um comentário ambíguo e infeiz.


“Lúcio é competente mas não tem técnica”.


Essa eu não realmente não pude acreditar. Deve ser porque o comentarista tem o nome de uma ave.


Desliguei a TV.

Marcadores:

27 outubro 2007

O escritor e jornalista

Por Adriana Thiara

Tive uma experiência inusitada na manhã de 26 de outubro.
Num misto de tietagem e abobalhamento, tive o prazer de conhecer Zuenir Ventura, um escritor, jornalista e professor.

Zuenir, como o chamei durante todo o tempo, é uma pessoa acessível, simpática e, como todo bom professor é humilde e divide o que sabe. Apesar de nem saber a dimensão da bagagem pessoal e profissional dele, sabia que ele era “o cara, topado”!!!

O primeiro contato que tive com ele foi pela TV... assisti a entrevista que eu mesma tinha articulado na TV Gazeta e fiquei impressionada com a lucidez e objetividade de Zuenir. Uns 40 minutos depois, nos conhecemos, pessoalmente no portal de entrada da Bienal do Livro, onde ele ministrará uma palestra sobre seu último livro “Minhas histórias dos outros – 50 anos de jornalismo”, no dia 27.

Fui apresentada como “a moça da imprensa”, mas isso nem me chateou muito, Zuenir me abraçou e me beijou como um amigo faz a uma amiga de longa data... Pronto... já estava amiga de infância.

Encaminhei-o à sala de imprensa.

Começou a tieagem pessoal.




Foto pra cá, foto pra lá... e ele como sempre, simpático e muito acessível.
Mas... o motivo que o trouxe a sala de imprensa era o artigo semanal para O Globo.






Silêncio total.

Hora da produção intelectual.

Hora de fazer as minhas fotoblogs.




E mesmo compenetrado, Zuenir fez pose, sorriu e, desta vez, ele foi quem pediu aulas sobre como usar nosso notebook. Ficamos amigos de berçário.

Em menos de 30 minutos, ele escreveu seu artigo, ou melhor, passou a limpo. Apenas digitou o que tinha escrito num caderno escolar que cabia perfeitamente na jaqueta típica dos jornalistas do século XX e comum nos entre os anos 60 e 80.

- Sou um analfabeto em computador. Envio toda semana estes artigos, mas tenho que reenviar porque nem sempre acerto. Comentou sem nenhum melindre conosco.

A aspirante a jornalista Gabriela Rodrigues foi quem, cuidadosa e pacientemente, enviou os arquivos, orientando ao Zuenir a cada passo dado. Só sei que a ele disse a Gabriela que não iria se acostumar com internet.

Novos modelos... velhas teorias...

Comecei a refletir sobre o perfil do jornalista do século XXI, que horas mais tarde seria tema e motivo de debates com Carlos Heitor Cony – O desafio da Comunicação – também jornalista, com mais de 60 anos de profissão, escritor e taxado como “pessimista”, por mostrar um retrato negativo da nossa atividade.

Zuenir e Cony são opostos. E se atraem.

Mesmo com visões diferentes sobre jornalismo, ambos são considerados os best sellers da literatura na atualidade. Além de amigos, é claro.

Ontem, 26 de outubro, Zuenir veio assistir a palestra do Cony, por isso tive a oportunidade de ficar um bom tempo desfrutando da sua cordial companhia de “amigo de infância”.

Mesmo querendo contar muitos detalhes de estar em contato com um veterano na minha profissão e um expert na literatura como aspiro ser, creio que serão momentos apenas meus... especiais e reflexivos.

Enquanto percebi o estilo e o brilho no olhar do foca no Zuenir, senti o cansaço e a desesperança do experiente Cony. Duas medidas na mesma balança e apenas eu posso dosar o que eu desejo para meu futuro com esta sensação de entendi o que ainda não vivi.


Marcadores:

21 outubro 2007

O escritor e educador

Por Adriana Thiara

Contratempos à parte, na noite do dia 20 de outubro, tive que cobrir a palestra do escritor e educador Rubem Alves.

Minha sinceridade não me deixaria mentir... excetuando o nome, que soube há cerca de um mês em virtude da III Bienal do Livro, não sabia mais nada sobre ele (a não ser o genérico escritor e educador, afinal, numa evento ligado a literatura, se o cabra não foi escritor é educador. Isso é básico e não falha).

E sem saber nada sobre a figura, acabei tendo que receber o nobre doutor das letras e dono de um legado na literatura invejável, que por bênção e consentimento divino (isto é sério), teve a felicidade de me ver impecável em minha humilde figuração atuação profissional (e quiçá artística) em sua chegada.

Pouco antes, a coordenadora do evento me liga e pergunta como as coisas estavam. Tudo certo e todos prontos. Mas para ela, nada estava certo ou pronto. O brinde que deveria ter sido entregue a todos os palestrantes não foi deixado no hotel com antecedência, assim o Rubem (olha a intimidade!) ficou sem o mimo. Comprometi-me que, quando ela e o Rubem chegassem o Centro de Convenções, lá estaria eu, esguia e bela (na verdade, eu estava feia, suja e descabelada), com o brinde à mão.

- Atenção, bolsistas! Operação Rubem Alves começou. Disse eu pelo comunicador, já antecipando que o escritor e educador estaria no local em menos de cinco minutos.

Mas, o que ela não imaginava, era que a sala Manoel Correia de Andrade, nome do Patrono da III Bienal do Livro e local onde Rubem Alvas iria ministrar sua palestra, estava com sua capacidade máxima e quem não conseguiu entrar estava a ponto de armar um barraco.

Daí... alguém teve a brilhante idéia de se fazer uma transmissão de áudio para fora da sala, que contemplaria aos ferozes e furiosos aspirantes a ouvintes do Rubem Alves.

Ufa!!! Graças ao dono dessa brilhante idéia (nada inovadora mas bem prática), eu tive tempo de me articular com a equipe de som, solicitar aos bolsistas que arrumassem umas cadeiras, providenciar alguns outros detalhes e... em cinco minutos, lá estava eu chegando no estacionamento do Centro de Convenções, com o brinde e sem fôlego!

Ahhhh... parecia cena de filme...
Eu me aproximando do local marcado e o carro com a coordenadora do evento e o Rubem chegando na mesma hora... sinta-se à vontade para reproduzir mentalmente esta cena...

Eles desceram e a coordenadora me chamou.

- Thiara...
- Tudo certo. A sala está lotada e tem muita gente na fila de espera. Disse eu quase confiante.
- Ótimo. Será que nós poderíamos colocar um telão e um som fora da sala para que as pessoas pudessem ouvir a palestra? Ela perguntou baixinho, no momento em que Rubem Alves (agora sim, além do nome, eu já podia dizer que sabia quem era, pessoalmente, o escritor e educador) aproximou-se de nós.
- Já foi providenciado.

Ela abriu um sorriso com 64 dentes e virou-se para Rubem. Fomos apresentados formalmente.

- Pois é, sabe aquela história que contam “quando você ia com o milho eu já vinha com o fubá”. Você é assim...

Este foi o elogio que Rubem Alves deixou de presente para mim. Depois desta... fiquei amiga de infância dele.

Recebi um abraço e fomos à sala.

Eu nunca poderia imaginar que uma cara de 74 anos (ele mesmo disse a idade, tá) fosse uma pessoa tão jovem e com uma filosofia de vida tão pura e simples. A começar pelas duas frases que ele mesmo disse ter casa numa placa de madeira, ambas em latim:

O tempo é hoje.
Aproveite o dia.

Lembrei de um amigo que sempre me dizia: O difícil na vida é ser simples.

Rubem Alves falou no início da palestra:
Quando o tempo é curto e a gente tem noção que a vida é curta, descobrimos que o objetivo da vida é ter prazer e para cada dia da vida que você não teve gozo ou prazer, este dia não foi seu”.

Em duas horas, ouvi Rubem Alves dar muita informação interessante. E anotei todas elas. O que deveria virar uma matéria, já é um recorte, uma crônica, mais uma das minhas histórias...

Com muito bom humor, simpatia e sabedoria (palavra que ele gosta de falar para identificar o professor que ensina o que não conhece*) arrancou aplausos 10 vezes (média de uma salva a cada 12min).

A palestra foi sobre “A educação dos sentido”, onde ele provocou aos expectadores a serem educadores do prazer e da inteligência. Prazer em conhecer, de experimentar, do fazer, do participar, de inovar, de sair da casca e usar a melhor ferramenta que a educação dispõe: o corpo e os sentidos.

Rubem Alves disse:
A educação brasileira é baseada em ensinar nomes e conceitos que nunca serão usados. Os sentidos dão a criança a capacidade de aprender. Costumo dizer que o aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento faz seu trabalho.

Neste momento me veio à cabeça que ele comentou que a inteligência é como o pênis (sem malícia). Em uma metáfora que deixou a platéia aos risos e logo em seguida em reflexão, explicou que o pênis é um órgão excretor, flácido, apontado para baixo e ridículo, mas quando provocado, cresce, faz prazer, dar prazer e gera a vida.

A inteligência é flácida, mas se for provocada, sofre transformação e propicia transformação.

Depois da palestra seguida da seção de autógrafos, só queria chegar em casa e contar como foi importante para minha formação esta experiência, mesmo sem saber se o que aconteceu antes de eu o conhecer tinha alguma relação com as minhas conclusões. Como pessoa, mãe, profissional e candidata a professora, fui sensibilizada pela metodologia dos sentidos que nos ensina a olhar para o que não se vê e a pensar como seria o que não foi visto.

Ah... para que não termine este relato dizendo que não conheço Rubem Alves, posso, convictamente, dizer que conheço um grande escritor e educador. E ainda fiquei bem na fita.

* segundo Rubem Alves, ensinar o que não se conhece é orientar. O exemplo que ele usou foi. Se minha filha pergunta onde é a rua Tal e eu não souber, vou dar a ela informações, subsídios, caminhos, para que ela descubra a rua Tal que eu não sei onde fica.

Marcadores:

15 setembro 2007

A Especialista

Por Adriana Thiara

Há 18 meses, começava uma nova etapa em minha vida. Início das aulas da primeira turma de pós-graduação em Comunicação Empresarial de Maceió, curso oferecido pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac).

Gente nova, idéias novas, projetos novos e também... novos desafios, entre eles, o de terminar o curso, tendo em vista que muitos desistem, ou por falta de interesse, ou por falta de grana, ou por preguiça, ou pelo trabalho que impede e esgota o indivíduo, ou por qualquer outro motivo.

E lá estava eu, era maio de 2006, sentada em uma das cadeiras do Cesmac, lugar que eu um dia recriminei nem sei porquê... talvez por ser uma faculdade particular... sou oriunda da Federal, né!?

Foram muitos finais de semana longos, meses em que eu não tive seque o domingo para relaxar, afinal, meu trabalho e de muitos dos colegas da pós exige de nós uma carga horário diferente da de outros profissionais.

Assim, eu e mais 41 outros comunicadores, administradores e profissionais de áreas afins seguimos... 18 meses depois, chegamos ao dia 15 de setembro de 2007.

Hoje.

Ao longo do curso, sabíamos que este dia chegar. O dia em que todos defenderíamos nossos projetos, faríamos muitas fotos e... iríamos embora dali... especialistas... fim do curso.

Tivemos momentos de muita tensão. Afinal, ninguém queira deixar o investimento feito, seja ele físico, mental, intelectual, familiar e, principalmente, o financeiro, ir pelo ralo.

Fomos amarrados num tronco e nossa tortura foi de 20 minutos, sem contar os três meses que passamos, no meu caso muito especial, de noites em claro, morrendo de frio e sono, para não perder prazos e, saber da co-orientadora, que nosso trabalho já era uma dissertação (não entendi se isso era bom ou ruim).

Assim, hoje estávamos nós... não mais 42... e sim pouco mais da metade disso. Gente que mostrou o seu melhor, seu empenho, chorou, riu, ficou inconformada. Gente que por causa do orientador se prejudicou e muito... ou não.

...

Esta crônica não termina aqui, mas tem o objetivo de homenagear a todas as mulheres, especialistas em Comunicação Empresarial, formada pela primeira turma de Pós-Graduação em Comunicação Empresarial, que foi idealizada, literalmente, na “Casa da Mãe Joana”, um bar do Rio de Janeiro.

À elas e a mim...
Parabéns.

Somos melhores profissionais do que quando entramos no curso, mas nosso pensamento deve ser de que ainda somos as piores... caso contrário, estaremos fadadas ao fracasso.

Muitos colegas não conseguiram o mesmo que nós, mas a eles, digo:
Torceremos sempre por vocês.

Ao final, gostaria de comunicar que minha equipe e eu, ou seja, Adriana Thiara, Alessandra Gama e Ingrid Tavares concluímos esta etapa com a nota máxima.

10!

Dez ao trabalho Comunicação Integrada em Maceió: debates sobre as razões mercadológicas que interferem na práxis do comunicador social maceioense.

Dedicamos este trabalho as nossas famílias e sempre acreditaram em nós e, a duas grandes mulheres e profissionais de caráter e competência indescritíveis, são elas Adenize Acioli e Valéria Montes, nossas orientadoras.

A partir de agora... o mercado que me aguarde. Uma nova comunicadora entra em cena. Muito mais madura, muito mais crítica, muito mais profissional e pronta para arrraaasssaaarrrr.

Agora, alguém duvida disso?!

Marcadores:

26 julho 2007

Das dificuldades e oportunidades

Por Adriana Thiara

Há alguns meses eu venho observando que meu filho, o mui conhecido Yuri Maciel, anda esperto demais. Principalmente depois que seu objetivo é fazer um tão sonhado curso de informática, que eu como boa e prendada mãe, só darei sob a seguinte condição: aprovação ao final do ano letivo, com o atenuante: saber ler, entender e explicar o que foi lido. Uma tarefa muito fácil e que o filho-estudante-desafiado topou sem reclamar.

Mas a boa da semana que é além de estar demonstrando pleno interesse e aptidão nas atividades escolares, este garotinho de sete anos agora virou empreendedor.

O cenário é este:

Onde moramos chimbra* é uma febre. Todos os garotos jogam, ganham, perdem e o seu Yuri, não poderia ficar de fora. Mas o indivíduo em questão tinha dois problemas: 1. não tinha capital para investir em chimbras. 2. as poucas que ele tinha, que foram uma herança da infância do meu irmão, Yuri perdeu no jogo.

O vício é lasca.

Aí entra, o empreendedorismo. Tá duvidando do potencial do pequeno notável, leia o diálogo que tivemos nesta terça-feira, 24 de julho.

- Oi filho, como foi seu dia? Perguntei ao chegar do trabalho.
- Olha o que tenho mainha. Yuri estava com o fundo de uma lata cheio de chimbras coloridas.
- Quem te deu isso, Yuri? Foi seu tio?
- Não. Eu consegui.
- Como?
- Tinha uns confeitos** lá na cozinha. Eu peguei, fui para perto dos meus colegas e perguntei “Quem quer confeito”?
- E eles disseram o que? Perguntei, extremamente curiosa, para saber qual foi a reação dos garotos mais velhos do que ele.
- Eles gritaram e todo mundo quis. Eu mandei fazer uma fila e disse que o preço de cada confeito era uma chimbra.

Eu não agüentei... cai na gargalhada. Uns confeitos super velhos, que estavam guardados há meses, moles, lambuzados e temperados com formiga deram ao meu filho o direito de voltar a figurar no cenário desportivo lá da nossa rua. Nesta rodada de negócio ele fechou com lucro de 29 chimbras.

Se são das dificuldades que nascem as oportunidades de negócios, acho que tenho um pequeno grande empreendedor em casa.

Ontem, 25 de julho, ele me recebeu afirmando já ter 41 chimbras. Isso é que é negócio lucrativo.

Viva as pedras no nosso caminho.

* chimbras – bolinhas de gude
** confeitos – balas, guloseimas, doces

Marcadores:

24 junho 2007

A Revelação

Por Adriana Thiara

Este poderia ser um domingo normal, como qualquer outro.

Em Maceió (AL) fez sol, temperatura média de 27º, alguns pessoas foram a praia, outras ficaram em casa, deve ter tido gente que saiu para desestressar, muitos foram à igreja, outros tantos fizerem uma infinidade de atividades, cada um a seu modo para aproveitar este domingo, 24 de junho.

Por si só este domingo não é tão normal, afinal, para muitos católicos – praticantes ou não – hoje é dia de um santo, famosérrimo. Mas este detalhe não vem ao caso, simplesmente, por não interessar ao fato divinamente inexplicável que me ocorreu neste 24 de junho de 2007.

Como sempre, o que vivi nesta tarde, levou-me a ficar sem sono, até escrever mais uma crônica.

Pois bem...

Eram 15h. Rotineiramente, Yuri sai para brincar a esta hora, independente do dia da semana. Rotina acordada e cumprida, sagradamente de segunda a sexta-feira, por dona Luzia, que é a mãe-vó dele. E como hoje é domingo e eu era a responsável por Yuri, integralmente, peguei aquela velha cadeira confortável de plástico e sentei na porta para observá-lo.

Não sou lá destas mães obsecadas em proteger a prole, assim, deixei o Yuri bem à vontade para brincar como quisesse. Vez ou outra, dou uma olhadinha para ele e hoje, neste domingo, fiquei à porta, para ler.

A obra que eu tentei me debruçar chegou em minhas mãos por um colega de trabalho que, gentilmente me emprestou, por dizer que tal texto é leitura primordial à minha sede de conhecimento e inspiração a minha própria literatura. A tal chama-se Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley (1894 – 1963), um inglês radicado nos Estados Unidos, dono de um pensamento literário futurista e extremante atual.

Entretanto, o mais interessante desta história que começa sem pé e nem cabeça foi que ela não saiu do Admirável Mundo Novo, bem como não tem nada a ver com Yuri. Digamos que tudo isto foi um preâmbulo para minha própria história.

Estava lendo a página 10, quando avistei um senhor, vestido de camisa básica branca com um desenho na frente. Ele vinha com sacolas na mão e certamente ia a casa da irmã, que é uma das minhas vizinhas.

Sempre vi este homem aqui na rua, não com muita freqüência, ele nunca falou comigo, nem me soltou os “Bom Dia” que são palavras-chaves na política da boa vizinhança. Mas hoje, neste domingo, ele caminhou em direção a casa da irmã e, antes de chegar ao destino final, parou a uns cinco metros de distância de mim e disse “Ei, você”.

Antes de me chamar, olhei para ele, como se pressentisse a chegada de alguém familiar, mas ao perceber que não se tratava de alguém tão familiar assim, voltei a leitura e ouvi o “Ei, você”.

Achei que não era comigo, voltei os olhos para página amarelada do livro de bolso. O homem veio em minha direção, como quem vem a uma vizinha conhecida para falar uma novidade.

De fato, era uma novidade, endereçada só para mim.

O homem me olhou com um olhar terno, fraterno, familiar, brilhoso e me disse, repetidamente, palavras divinas, proféticas e milagrosas. Uma revelação.

...

Diante de tantas palavras, fiquei sem palavra.

Ele levantou minha mão em direção ao céu, orou comigo, abraçou-me. Por mais que eu tentasse entender aquilo tudo, o momento era maior do que eu, e mesmo que eu tentasse explicar para você, caro leitor, cara leitora, humanamente, eu não conseguiria.

Foi meu minuto com Deus.

Ele foi embora. Eu sentei. Peguei o livro novamente. Abri na página 10. Não consegui ler mais uma linha. Fiquei outro minuto meditando no que houve. Percebi que os vizinhos não entenderam o que se passou, mas eu também nem me preocupei com ficar preocupada com isso.

Entrei em casa e me voltei para Deus.

Outro minuto com Deus.

Apesar de não está em mim, tentei compreender a magnitude daquele momento. Como eu, fraca, pecadora, infiel e mortal pude estar assim, cara a cara com Deus.

Um Deus revelado.

Em forma de um homem comum, que não tem nenhuma relação comigo ou minha família, chegou e disse exatamente aquilo que confortou meu coração. Numa anunciação que eu não entendi plenamente, pela minha limitação humana, mas que me garantiu a certeza da vitória, ou melhor, das vitórias nos desertos da vida.

...

Depois disto, estou cantarolando até agora uma música chamada Milagre, que diz no refrão: Hoje o meu milagre vai chegar/ Eu vou crer não duvidar/ O preço que foi pago ali na cruz/ me dá vitória.

Se você não acredita que Deus se revela, paciência. Se você não crê em Deus, sinto muito. Mas se você é capaz de sentir a verdade destas palavras, glórias.

Apesar de ter sido um fato muito pontual em minha vida, em especial em minha trajetória como cristã, hoje, domingo, 24 de junho de 2007, tive uma experiência com Deus e eu seria muito egoísta se não compartilhasse esta dádiva com você.

Eu até queria dizer-te o que Deus me disse, mas creio que o melhor mesmo é esperar que Ele se revele para você e lhe diga exatamente o precisas ouvir.

Marcadores:

24 maio 2007

Amélia é que era mulher de verdade.... ô se era.

Por Adriana Thiara

Há épocas na vida de uma mulher em que ela se encontra num beco sem saída. Ela tem que escolher: ficar com fome ou batalhar o próprio alimento. E hoje eu me vi numa destas encruzilhadas, cruzadíssimas, que deixam qualquer uma de nós, numa tremenda saia justa.

Quinta-feira, 24 de maio de 2007, por volta das 15h30.
Entrei na sala do Jurídico da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Maceió, que minha vizinha de frente.

Narrarei o fato da seguinte maneira: falas dos meus colegas de trabalho Alan Brandão e Paula Marcelino, intercaladas com relatos das minhas atitudes extremamente inteligentes. Vale a pena conferir, não por mim, mas por vocês.

- Oi Thiara?
Entrei para saber se tinha café.

- Só se você fizer.
Pensei... “Que coisa fácil”

- Mas você vai ter que lavar a cafeteira.
Peguei as explicações básica, do tipo, joga a borra, lava a jarra... fui à cozinha. Chegando lá... Não tinha água! Fiz um arranjado de passar uma aguinha do bebedouro na jarra, joguei a borra no lixo e a água suja e colorida derramei no coador. Pronto. Estava limpo. Voltei para sala.

- Thiara, cadê a água?
Que água?! Era para lavar a jarra e o coador.

- Sem água você não vai fazer o café.
Eita. É mesmo! Voltei na cozinha e coloquei água na jarra.

- Água gelada!!!!
Qual o problema?! A cafeteira não vai esquentar?
Não vou descrever a cara que eles fizeram. Coloquei a jarra no lugar dela.

- Thiara, assim não vai sair café.
Como não? Eu lavei a jarra, coloquei pó no coador e jarra no lugar certo! Certo uma ova. O lugar certo era um compartimento lá que nem sei o nome. Meu caro colega Alan fez a gentileza de derramar a água neste lugar.

- Agora é só encaixar o coador na jarra.
Eu encaixei, levemente.

- Mas não precisa quebrar a cafeteira.
Encaixes certo + água na cafeteira + pó no coador = café.
Errado. Alguém ligou a cafeteira? Eu esqueci... Mas Alla e Paula refrescaram minha memória. Saí da sala com a sensação de que meu café ia sair horrível.

Passaram uns 20 minutos...

Lembrei do café e voltei no Jurídico. Perguntei se o café tava pronto.

- Deve está frio!
Ai que sensação maravilhosa... meu cafezinho, feito por mim. Huuuummm... Delícia.
Coloquei açúcar no copinho e voltei para perto cafeteira. Puxei o coador, coloquei um guardanapo em baixo para não melar a mesa (recomendação da Paula) e pegue a jarra com gosto. Pena que ela estava grudada na cafeteira.

- Eita, grudou. É só puxar.
Puxei, levemente.
Derramei café na mesa toda. E quanto mais eu tentava não jogar a jarra para um lado e para o outro, mais café cai na sala. Respirei fundo. Fiz a jarra repousar em outra mesa.
Limpei tudo com guardanapos, coloquei café no copinho e, quando eu ia saindo da sala...

- A gente quer tomar café quente.
Percebi que tinha abandonado a pobre jarrinha numa mesa. Resgatei a jarra e desliguei a cafeteira.

- Nãaaaaaoooooo.
Não pode desligar a cafeteira senão o café fica frio. É muita informação para uma aula só.

- Thiara, minha filha, se com uma cafeteira foi assim...

Apagaria da minha memória este episódio fatídico, como diria Ariano Suassuna, mas, ainda assim, me reportaria à Amélia, de Ataulpho Alves e Mário Lago, para umas aulas de como se virar nos 30 com uma cafeteira elétrica de 30cm.

Aquilo sim é que era mulher.

Marcadores:

27 abril 2007

Super Atleta

Por Adriana Thiara

A tarde desta quinta-feira, 26 de abril, certamente foi uma tarde hiper feliz para Yuri Maciel, um garotinho de sete anos que pratica Futebol de Salão (Futsal).
Sim, deve realmente ter sido uma tarde inesquecível, afinal... a primeira vez a gente nunca esquece.

Yuri está jogando há mais de dois meses e ainda não tinha feito um gol. Quer dizer, fez um, umzinho, mas foi contra. Então não vale.
Entretanto, sua sede de gol era tanta que de segunda a sexta-feira ele só falava em Futsal, treinava dentro de casa, no quarto, no quintal.

E haja paciência!!!

O que mais me chamava atenção, não era nem a vontade de fazer um gol, era a vontade de dar este gol para a mãe... neste caso, EU, a pessoa que vos escreve.
Todos os treinos pareciam provas de fogo... quando ele voltava para casa e eu perguntava, “E aí, filho? Como foi o treino?”, se ele me olhasse cabisbaixo eu já sabia que o tal gol não tinha saído.

Essa semana, mudei de estratégia. Apesar de detestar futebol em todas as suas vertentes, precisava fazer com que Yuri se sentisse estimulado a fazer o tal gol, mas não por mim e sim por ele.

Meu maior trabalho foi fazer com que Yuri entendesse que ele não precisa provar para nada para ninguém e que seu maior rival é ele mesmo, seus medos, expectativas, dúvidas. E diante disto, ele não precisa se desgastar para fazer um gol para mim, porque, independente da bola na rede, eu acredito nele. Sempre acreditarei.

Santo remédio.

A aula seguinte o gol nº 1 saiu...
Yuri me ligou imediatamente e comemoramos sue sucesso.
Em tempos de gol 1000 pendurado, seria bem legal que todos conhecessem a história do meu super atleta.

Marcadores: