19 outubro 2006

Dia do Médico - A Fórmula



Texto: Adriana Thiara
Criação: Sérgio Vasco

Motta & Soares



Criação: Adriana Thiara, Thalita Luna e Sérgio Vasco. Mas antes de chegar a esta imagem... todos pensamos muitos, Vanine, Thiago e Tiago, além do Max.

06 outubro 2006

Produtos orgânicos conquistam empreendedores do APL

Integração entre projetos do Sebrae aponta o caminho para o desenvolvimento sustentável

Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas é a missão do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae).

Com programas e projetos direcionados a diversos setores da economia local, o Sebrae é tido como uma referência em orientação empresarial, capacitação e consultoria para os empresários de micro e pequenos empresas.

Como resultado para o trabalho de uma equipe formada por 372 colaboradores, entre funcionários, consultores, instrutores, terceirizados e estagiários, o Sebrae tem obtido conquistas relevantes no que se refere ao êxito em suas ações.

A mais recente delas, realizada no último dia 18 de setembro, foi a venda de 300 quilos de macaxeira orgânica feita pelos produtores do Programa Vida Rural Sustentável (PVRS), ao restaurante Recanto do Picuí, membro do Arranjo Produtivo Local Cultura em Jaraguá (APL), durante a Oficina de Cozinha promovida pelo APL de Turismo.

Todos estes personagens fazem parte de uma mesma história: o empenho do Sebrae em cumprir sua missão. Mas, o grande diferencial desta negociação foi, sem dúvida, a interação entre projetos.

Conquistando mercado
O ponto de partida para o desenvolvimento de um projeto que mantivesse os produtores e suas famílias no campo, valorizando a atividade rural e estimulando a sustentabilidade com o trabalho no campo, foi dado em 2002, a partir de um projeto implantado pelo Sebrae/AL e Movimento Minha Terra (MMT).

Nascia o Programa Vida Rural Sustentável (PVRS). Com pouco mais de 30 produtores dos municípios de Maragogi, Santana do Mundaú e Arapiraca, com foco no fortalecimento da agricultura familiar.

De acordo com Fátima Santos, gerente da Carteira de Agronegócios do Sebrae e gestora do Vida Rural Sustentável, em quatro anos, o PVRS obteve muitas conquistas, entre elas o aumento significativo no número de produtores atendidos, atualmente em 250 e um ponto de venda fixo para os produtos cultivados em seis municípios, a Feira de produtos Agroecológicos, no bairro de Jaraguá, em Maceió.

“De lá para cá, a atividade ganhou novos adeptos, de olho nas vantagens de permanecer no campo. E hoje o Estado já conta com cerca de 250 agricultores, no Agreste e Zona da Mata, dedicados, principalmente, à produção de alimentos livres do uso de agrotóxicos, os agroecológicos”, destaca Fátima.

Foi esta produção diferenciada, repleta de hortaliças, frutas, verduras, raízes e laticínios, que além de qualidade, representam a adoção de hábitos saudáveis, que conquistou a simpatia do empresariado alagoano. Primeiro foi o Supermercado Palato e agora, o Restaurante Carne do Sol do Picuí aderiu à proposta.

A negociação encabeçada por Gilson Melo, consultor do Vida Rural Sustentável, teve início durante a Oficina de Cozinha, promovida pelo APL Turismo, em um restaurante na praia do Francês. Na ocasião, foi montada uma exposição com os produtos agroecológicos, visando comercializar as unidades que foram levadas e prospectar com os empresários do APL.

Foi então que o empresário Wanderson Medeiros, do restaurante Carne do Sol do Picuí, decidiu investir na compra de 320 quilos macaxeira orgânica descascada por mês.

Wanderson optou pela compra por duas razões: primeiro por ser um produto orgânico e segundo por vir de um grupo de produtores incluídos em ações do Sebrae. “Por ser um alimento vindo de produtores atendidos pelo Sebrae, temos uma garantia da qualidade, pela exigência que o Sebrae tem neste sentido. Além disso, o preço foi muito convidativo”, afirma o empresário.

De acordo com Gilson, a princípio serão vendidos 80 kg por semana, podendo este volume chegar 300 kg por semana, caso os produtores atendam de forma adequada as exigências do cliente. “O primeiro pedido foi entregue dia 22 de setembro e o segundo na última sexta-feira (29), e foi fornecido pela produtora Maria José e Erotildes da Silva, do Sitio Carasco, em Arapiraca”, afirma Gilson.

A expectativa é envolver os produtores de Santana do Mundaú, por também ter potencial para fornecer o mesmo produto.

Além da macaxeira orgânica, Wanderson pretende conhecer todos os outros orgânicos fornecidos pelos agricultores do Vida Rural Sustentável. “Assim que eu puder, vou comprar outros produtos”, comenta. O empresário também já fechou negócios com piscicultores do APL de Piscicultura do Delta do São Francisco, de quem está comprando Tilápia.

Para a Jacqueliny Martins, gestora do APL Cultura em Jaraguá, a integração dos APL com a Carteira de Agronegócios mostrou a importância de criar oportunidades para os empreendedores se relacionar, conhecer a atividade um do outro e assim, fechar negócios. “A oficina trouxe um excelente resultado para os produtores do Vida Rural, para o restaurante do Wanderson, além de ser um pontapé para outras iniciativas integradoras. Esperamos os produtores tenham condição de atender esse e outros pedidos” ressalta a gestora.

Meu voto não é nulo. E o seu?

por Adriana Thiara

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do último dia 06 de setembro, acabou com uma das correntes que vinham ganhando força no Brasil, principalmente entre os eleitores com maior grau de instrução e com a Internet: o voto nulo.

A distinção, feita pelo Plenário do TSE no julgamento de um recurso (Respe 25.937), esclarece as dúvidas sobre a aplicação do artigo 224 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65) que dispõe sobre a nulidade de uma eleição.

Os votos anulados pelo eleitor, por vontade própria ou por erro, não se confundem com os votos anulados pela Justiça Eleitoral em decorrência de ilícitos - como falsidade, fraude, coação ou compra de voto.


Assim, caros amigos, mesmo que nossa indignação fale mais alto ou berre para que anulemos nosso direito ao sufrágio, que tal repensarmos se realmente vale a pena anular.

Bem sabemos que, o cenário que se descortina em frente aos nossos olhos não é o mais belo ou inspirativo e, que a maioria dos políticos ou candidatos que se oferecem para nos representar são muito mais pecadores do que nós, pobres mortais.

Entretanto convém que façamos como as crianças, que na plenitude da inocência, encontram resposta e atitude correta para tudo. Veja um bom exemplo de saída das crianças: duas professoras estão na mesma sala de aula. Mas elas são diferentes, uma é mais carinhos e atenciosa com todos. A outra é sisuda e de poucas palavras.

Suponhamos que hoje fosse dia das crianças, e elas perguntassem a meninada: “Quem quer pirulito”. E ambas saíssem distribuindo. Cada criança teria ganho dois doces, cada um dado por uma professora. Hora crucial. Elas então perguntam “Quem quer ganhar o beijo da tia?”

Tenho a certeza deste final: a professora tida como a boazinha sai na frente, com uma fila de crianças loucas por aquele beijo adocicado.

É mais ou menos assim que devemos fazer... devemos fingir cair na conversa destes homens que se dizem de bem, que ficam dando “agradinhos” e prometem fazer mundo e fundos pelo povo, por estados e pela nação. Mas é só para fingir, naquele dado momento, e depois usar nossa capacidade crítica para separar o joio do trigo.

Mesmo porque, se anularmos o voto, os “votantes” vão eleger aquele candidato que está liderando as pesquisas, mas não vale nada; com a omissão, você deixa de apoiar um candidato que tem chances de ganhar a eleição; com o voto válido, aumentam as chances de teremos um representante melhor, e por aí vai.

No dia 01 de outubro, antes de teclar um número inválido e apertar o botão verde, pare e pense: está na ponta dos meus dedos a oportunidade de fazer diferente.


Tenho lido muitos textos sobre o voto nulo e tenho ficado consolada, apesar de ainda estar consternada com as informações bombásticas sobre políticos e candidatos deste pleito.

O senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional em entrevista a revista Nordeste (edição de setembro de 2006), disse: “A sociedade Brasileira, tenho certeza, vai saber transformar a indignação diante de tantas denúncias, de tantos, escândalos, em voto consciente,

O professor e sociólogo Ricardo Antunes, em seu artigo Voto Nulo?, afirmou: “A política, concebida e praticada ao modo tradicional, encontra-se no fundo do poço. Do descrédito total ao parlamento, Câmara e Senado, à tese baseada no senso comum de que “todos são iguais”, há bons indícios que justificam a descrença total nos caminhos da política”. (ver http://www.espacoacademico.com.br/064/64esp_antunes.htm)

Pois bem, chega de senso comum. Se você quer mais respeito, vote. Se você quer educação pública de qualidade, vote. Se você quer postos de saúde e um SUS decente, vote. Quer se sentir seguro ao andar pelas ruas com sua família, vote. Quer poder comprar mais uma cesta básica, vote. Quer ser cidadão, vote.

Então, pare de se enganar.