27 abril 2007

Super Atleta

Por Adriana Thiara

A tarde desta quinta-feira, 26 de abril, certamente foi uma tarde hiper feliz para Yuri Maciel, um garotinho de sete anos que pratica Futebol de Salão (Futsal).
Sim, deve realmente ter sido uma tarde inesquecível, afinal... a primeira vez a gente nunca esquece.

Yuri está jogando há mais de dois meses e ainda não tinha feito um gol. Quer dizer, fez um, umzinho, mas foi contra. Então não vale.
Entretanto, sua sede de gol era tanta que de segunda a sexta-feira ele só falava em Futsal, treinava dentro de casa, no quarto, no quintal.

E haja paciência!!!

O que mais me chamava atenção, não era nem a vontade de fazer um gol, era a vontade de dar este gol para a mãe... neste caso, EU, a pessoa que vos escreve.
Todos os treinos pareciam provas de fogo... quando ele voltava para casa e eu perguntava, “E aí, filho? Como foi o treino?”, se ele me olhasse cabisbaixo eu já sabia que o tal gol não tinha saído.

Essa semana, mudei de estratégia. Apesar de detestar futebol em todas as suas vertentes, precisava fazer com que Yuri se sentisse estimulado a fazer o tal gol, mas não por mim e sim por ele.

Meu maior trabalho foi fazer com que Yuri entendesse que ele não precisa provar para nada para ninguém e que seu maior rival é ele mesmo, seus medos, expectativas, dúvidas. E diante disto, ele não precisa se desgastar para fazer um gol para mim, porque, independente da bola na rede, eu acredito nele. Sempre acreditarei.

Santo remédio.

A aula seguinte o gol nº 1 saiu...
Yuri me ligou imediatamente e comemoramos sue sucesso.
Em tempos de gol 1000 pendurado, seria bem legal que todos conhecessem a história do meu super atleta.

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04 abril 2007

Um ovo, dois ovos, três ovos, assim...

Por Adriana Thiara

Hahahaha
Vamos lá...
Afinem a voz...
Estão convidados a entoar este bela canção.

Três, quatro.

Sim... três, quatro... porque músico que é músico, em especial instrusmentistas, não fala o número um, muito menos o dois.

Vamos lá, sem vergonha.

“Coelhinho da Páscoa, que trazes para mim? Um ovo, dois ovos, três ovos, assim...
Coelhinho da Páscoa, que cor ele tem? Azul, amarelo e vermelho, também...”

Outra, outra...

“De olhos vermelhos, de pêlo branquinho, orelhas bem longas, eu sou coelhinho. Sou muito esperto, porém sou dengoso, dá uma cenouraaaaa, eu fico guloso. Eu pulo pra frente, eu salto pra trás, dou mil cambalhotas sou forte demais. Comi uma cenoura com casca e tudo, tão grande ela eraaaaaa, fiquei barrigudo.”

Aêeeeeeee

Muito bem!!

Isso foi um relax, parte integrante desta crônica.

No último fim de semana, mas precisamente na sexta-feira, 30 de março, abri meu empreendimento. De fato, é um grande negócio. É uma pena que não deu certo, em partes.

Como os ovos de páscoa estão mais salgados do que doces nesta Páscoa e, é uma tristeza deixar uma criança sem a melhor iguaria da humanidade, leia-se chocolate (que empata, lindo e com força, com ... (letras 18+5+22+14), na minha opinião de gente bitolada), tive uma idéia brilhante.

Brilhante, mas nada original.

Quando eu era criança, minha mãe sempre comprava barras de chocolate e forminhas para que nós fizéssemos nossos ovos, coelhos, cenouras e afins, tudo em casa. Além de muito divertido, era saboroso, comer as raspas do chocolate crua, depois se queimar com chocolate quente, estragar este bem precioso quando as forminhas caiam no chão e depois, esperar míseros cinco minutos, tempo que separa a criança da felicidade, até o momento exato de cair de boca e matar a vontade de comer o chocolate.

Pensando em promover um encontro entre boas lembranças futuras e meu primogênito, propus que nesta Páscoa nós confeccionássemos os nossos presentes “cacaulísticos”. Idéia aprovada, por isso tem o mérito de ser brilhante.

E na sexta-feira, comecei a trabalhar.
Raspei, liguei o fogo, arrumei panelas para banho-maria, derreti chocolate, fiz a primeira remessa. Tudo isso ladeada pelo meu pequeno Yuri. Meia hora depois, estávamos todos na cozinha. Minha mãe, meu irmão, Yuri e eu, empolgadíssimos, produtivos, raspando, derretendo, melados, nostálgicos.

Isso durou cerca de três horas. Ao final, nossa linha de produção obteve como resultado três ovos médios, tipo o número 12 comercial, 10 ovos pequenos, tipo o de 45g, 18 pirulitos de coelho, um coelho e uma cozinha imunda.

Meu investimento total foi de R$ 9,00, muito bem recompensado quando Yuri e eu nos abraçamos e ele disse:

- Mãe, esta é a melhor fábrica de chocolate do mundo.

Esqueci que, naquela noite, estava suja, cansa e com dor de cabeça.

02 abril 2007

A maior das pérolas - Publicado no Blog do Jornalista Edu Vasques

Fonte: Blog Pérolas das Assessorias de Imprensa

http://72.14.209.104/search?q=cache:Fwc-1-RA9J0J:perolasais.blogspot.com/2006/03/maior-das-prolas.html+%22publicidade%22+%22dia+do+jornalismo%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=88&gl=br

"Sinceramente, quando soube por vários colegas - inclusive por um que trabalha comigo - fiquei impressionado. Dessa vez vou ter de abrir o nome da empresa e a assessoria de imprensa dela fica fácil de descobrir, não tive escolha. Vejam a história contada pelo Marco Aurélio, que é o editor dos sites aqui onde trabalho. Como não fui testemunha, coloco aqui a história contada por quem presenciou esse absurdo:

Discriminação

Nos velhos tempos de minha juventude, costumavam dizer que o Brasil era um país tão desigual que poderia ser considerado como a junção de dois países diferentes: a Bélgica e a Índia, formando a tal Belgíndia que fez a delícia dos cientistas sociais por anos. O tempo passou, e acho que hoje lá na Índia os sociólogos dizem que seu país é um Belsil ou algo assim.

O negócio é que a desigualdade ocorre em todos os setores da vida nacional. No jornalismo de tecnologia, por exemplo, existem veículos grandes e chiques, veículos médios e legaizinhos, e veículos pequeninos e humildezinhos.

É normal que as assessorias de imprensa convidem para uma determinada coletiva apenas representantes dos grandes. A visita dos fundadores do Google foi assim: os chiques falaram com os caras, e nós ficamos sabendo depois. É triste, mas é parte da realidade desigual em que vivemos. O que se vai fazer? Vamos tocando a vida e tentando vez por outra passar por cima dos grandes, como quando nós aqui furamos todo mundo com as informações financeiras do Google. Momentos raros de regozijo, mas muito bem aproveitados.

Eu ainda não tinha visto, porém, nada parecido com o que aconteceu hoje numa coletiva da Intel. Jornalistas de todo canto do Brasil estavam presentes para entrevistar o CEO da empresa e mais alguns executivos daqui de baixo. Ao término da coletiva, eu e mais dois colegas fomos tomar um café e falar bobagem. Quando saímos, encontramos alguns companheiros do alto clero (entendidos como Valor, Computerworld, etc)reunidos na calçada. Falavam de um tal almoço, perguntaram se íamos também.

— Almoço? Que almoço?

Mostraram-nos seu convite para a coletiva. Era diferente do nosso: trazia no último parágrafo a informação sobre um almoço com os executivos numa churrascaria de alto nível ali na zona Sul. Nosso convite não mencionava almoço algum.

Pois muito bem: não faço questão de ser convidado para todas as coletivas, nem de almoçar às custas das empresas. O que aconteceu, porém, é um pouco mais sério. Os jornalistas grandões (que estavam inocentes na história toda) foram almoçar com os executivos, conversaram com eles mais de perto, podem ter conseguido alguma informação exclusiva, ou no mínimo mais aprofundada.

Quanto a nós, do baixo clero, ficamos apenas com as informações divulgadas durante a coletiva e nos releases de imprensa. Com esse tipo de tratamento, a Intel espera mesmo que divulguemos suas novidades? O WiMAX é muito legal, as novas tecnologias móveis idem. No entanto, se era para dar informação privilegiada a apenas um punhado de jornalistas, porque não convidaram só a estes? Todos nós, os outros, temos mais o que fazer nas redações.

Eu sei que esse assunto tem nada a ver com este blog; é mais a praia do Edu, no Pérolas das Assessorias de Imprensa. Acontece, porém, que isso não foi uma pérola. Cagada seria o termo mais adequado.

Pronto.

De volta à nossa programação normal. Coleguinhas jornalistas, comentem. Leitores que têm nada a ver com isso, desculpem-me."